terça-feira, 31 de março de 2009

Parem os senhores da guerra!



Em noite fechada, progride o medo!
Despertado por arruaças em tropel,
Desmedidas atitudes que em carrossel
Giram incertezas, num mundo em puro apelo!

Hesitantes dúvidas que nos fazem pensar!
Em parâmetros de vidas sem futuros,
Que por tristezas, resvalam nos muros
Despautérios dos senhores do guerrear…

Percorrem distâncias sem medidas,
Em forças agasalhadas de duras munições
Que perfuram escudos de nobres corações,
E fazem chorar á luz do dia…inocentes feridas!

Vestem em sua pele o papel de hienas!
Prevendo o sangue, percorrem savanas sedentas…
Por saciarem de vergonhosas batalhas horrendas,
Intitulando-se… gladiadores das arenas!

Arenas do mundo com bombas a explodir!
Em mais uma de muitas guerras sem razão,
Pondo na linha da frente, putos com armas na mão!
Acordando sonhos dos que não mais vão dormir…

Esses! Os senhores que não vestem o uniforme!
Os que contam com todos para vencer,
Mas que não vão á guerra para morrer,
Chacinam por todo o mundo, milhares de crianças á fome!

Esses! Os que se escondem em suas mansões!
Quando delas, vêem bombas a cair!
Os que ordenam e constroem para destruir
E escapam às grades de merecidas prisões…

Esses! Os que constroem os blindados!
Que com fatos de cerimónia, tapam cegueiras,
Hipócritas! Colocam em caixões, coloridas bandeiras…
Nas campas dos que por eles são sepultados!

Parem! Esses que se intitulam de senhores!
Os que ditam sua própria lei, mas que com ela erra!
Parem! Esses que se divertem com os horrores!
Parem os senhores da guerra!

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Um resto de uma boa semana!

-Manzas-

Com palavras te beijo!


Com palavras te toco num instante calado!
Perco-me em sentidos, ouço os gemidos
Agredidos sentimentos que ficam feridos
Por não mais alcançar o sabor desejado!

Espelhado sentimento em pedaço sufocado
No chão do meu peito, cortantes ficam caídos
Reflectidos desejos que por ti gritam sofridos,
Ficando sem jeito, voz de um coração sangrado!

Ficam somente, doces beijos que te vou dando
Contemplando dos teus lábios o bom sabor,
Dados pelas pontas de meus dedos, em desejo!

Que por nele viver, amar e sofrer, vou escriturando
Como lampejo em duros enganos de minha dor,
E assim… com palavras te beijo!
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Para todos uma excelente semana!
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-Manzas-

sexta-feira, 27 de março de 2009

Ardentes pensamentos!



Do fogo que pela branda fogueira ardia
Sinto o pulsar de uma chama latente
Que por iluminar minha noite, se sente
A luz de um sol forte em pleno dia

Fogachos de ti saltam em noite tardia
Como quem beija, sopro esse calor ardente
Queimando a meus olhos em dor tangente
Fogo que por ti incendeio em cama fria

Mas por lareira ser, queima-se em amor,
E a ela, junto meu peito tronco de azinho,
Para que em fina cinza rescalde sentimentos…

E por aqui ficarei sentindo chamas do teu calor
Sempre que em frias noites me sinta sozinho,
Aqueço-me de ti … em ardentes pensamentos!
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-Manzas-

Nada mais fará sentido!


Salgam cristalinas águas em dura rocha
Que por elas em espuma de ondas encalha
Em praias que com beleza se vestem e falha,
Visão a meus olhos, por tanta rareza em costa!

Serpenteiam riachos pelos trilhos das serras,
Que em solo regado por ele raras flores abrotam
Cores que por paraíso ser, horizontes se esgotam!
Riquezas que num sorriso, respiram primaveras…

Perante tamanha raridade, á beleza grito;
Oh! Céus e mares de um éden que me entristece!
Porque não aqui estás comigo? …oh! Mundo perdido!

Mas por não ser este meu grito entendido,
Mesmo que num paraíso seja, me dizer carece;
Castigo meu será…
por nada mais fazer sentido!
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Para todos, um majestoso fim-de-semana!
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-Manzas-

quarta-feira, 25 de março de 2009

Amor maldito!


Habito nos teus olhos luz, brilho de encanto!
Respiro das janelas do teu rosto o sorriso
Dos cabelos, soltas o perfume que preciso
Castelo do teu ser em que por ele amo e canto

Cobres com pétalas teu corpo manga jasmim,
Colocas ao pescoço o colar de rubras cerejas
Adornas com brincos de amoras e me beijas
Com lábios sabor morango… no teu jardim

Por mulher seres em doce ternura te digo;
Que perdura em mim sem castelo ter,
Adentro de ti viver que por armadura grito…

Viver por ti amor dura e não
maldigo,
Sabor ardente ventura no calor do teu ser
Que alcunha o que por ti sinto … amor maldito!
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-MANZAS-

segunda-feira, 23 de março de 2009

Pensando em ti


Engano com palavras mudas o grito que cala
Esperanças na ponta da lança que fere o peito
Atingindo sentimentos sentidos por defeito
Descritos pelo som da escrita, que por si fala

Mãos que com ternura escrevem tremendo
Universos que giram num pensamento travado
Por saber que não sei se por ti sou amado
Sombra que perdura e por ela á luz vou sofrendo

Espero por um conselheiro tempo sem tempo
Num momento derradeiro em que me ditará
Demoras de um vento forasteiro e sem fim…

Vento de trará o verdadeiro sentimento,
Tormento de um homem que aqui permanecerá
No tempo, dormindo acordado… pensando em ti
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-MANZAS-

quinta-feira, 19 de março de 2009

Recordações…



Abate-se em mim pela escarpa em cascata
O mais atroz sentimento em movimento
Entre a mente crente, justo julgamento
Fera de um bosque feroz, voz que mata

Flutua á deriva num rio ardil, culpas mil
Remorsos antigos de amores perdidos
Ferida subtil que forma crosta em gemidos
Súplicas de curas de um coração gentil

Mas por ser fogo ardente na minha mente
Amor que me consome de forma diferente,
Atraco as razões e fundeio corações…

Na corrente desliza puro e tão-somente
Límpidas águas de um velho rio contente,
Rio de emoções, que não mais chora recordações…
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-MANZAS-

terça-feira, 17 de março de 2009

Liberdade!


Tocavam os raios ensolarados e madrugadores
Nas vastas planícies, terras por conquistar…
Do chão brotavam vidas e esperanças de amores
Colhidas por ninfas ao som de flautas, a dançar

Mas nessas terras, também corriam ventos de tirania
Trazidas por lordes e senhores de um Rei ditador…
Cobrando liberdade a um povo que por ela ardia
Forçados às leis impostas pelas espadas, suor e dor

Num acto de demonstração do poder constante
Cercaram aldeias furtando vidas de camponeses indefesos…
Apressada! A fome do mal se tornou faminta de sangue
E dele a sede se saciou abundante… sem medos!

Crescera então a maior rebeldia com voz de vingança
Dentro de um puro homem até então, agora em luto…
Correm lágrimas pelo fio de sua espada… a herança!
Guardada e deixada como revolta, amargo fruto!

Nos tristes olhos desse homem, se espelhava a retaliação
Liderada e encorajada por si, junto ao seu fiel clã…
Instigou aos seus famintos guerreiros, a corajosa revolução
Para a eterna liberdade de sua amada e terra sã

Iniciou por travar pequenas grandes batalhas
Conquistando terrenos, liderança e respeito…
O seu nome se fez ecoar, passando as altas muralhas
Fazendo chegar ao tirano Rei, grandezas do seu feito

Mas a mente do ditador era cruel como punhais
E a seu mando lançou a morte pela encruzilhada…
No passado, retirara a vida de seus amados Pais
E agora o seu melhor e ultimo tesouro… a sua amada!

Seu coração se inundou num rude ódio e raiva
Unindo um exército sedento de um País livre…
Batalharam lado a lado como guerreiros pela pátria
Espalhando o sangue pelas planícies, de punho firme!

Como patriotas, lutaram por vitoriosas esperanças
Em campos ardilosos, de uma forma alada…
Em tempestuosos ventos de traições e fianças
Fora capturado o mais nobre guerreiro, caindo na cilada

Tentaram-lhe impor uma fé, fazendo-o rogar perdão
E benevolência aos pés do arrogante ditador, sua Majestade…
Sob pena, foi acorrentado, torturado e mutilado… mas em vão!
Porque mesmo na sua morte, gritou num último suspiro…

LIBERDADE!



-Manzas-

segunda-feira, 16 de março de 2009

Voz oculta



Nos vastos arejados campos do meu ser
Corre a sombra de uma voz pelos prados da mente…
Entre montes de razões e rochedos do enlouquecer
Suplica a conflituosa tentação inconsciente

Em meus olhos alvejados pela desigual visão
Tento o esplêndido cenário, mas a voz não deixa!
Ouço o constante bater de uma contradição,
O pintar das emoções em tons de uma queixa

Passam como águas de cristal flutuando
No meu sincero lutar de contra o imaginário,
Que me faz querer ser surdo de uma palavra adúltera…

Mas não se destila sentimentos que vão sussurrando
E que passa pelo marcante sentir do contrário,
Sombra que me fala com meiga voz … voz oculta
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-Manzas-

quinta-feira, 12 de março de 2009

Brilho da salvação!


Provei o fel sabor de uma outra vida
Nas ruas desnudadas, lotes incertos do sem andar…
Caminhei pelos desertos secos de alma perdida
Entrando pela porta em que ninguém quer entrar

Na esquina da amargura esbarrei na realidade
Vista com olhos cegados pelos grãos imundos…
Nas veias, o veneno prometia a imortalidade
De uma impostora fé imposta nos submundos

No fundo do escuro poço mastiguei o sofrimento
E ouvindo a voz da morte para os céus olhava
Agonizado pela espera das escadas da redenção…

Num grito de raiva cuspi o meu tormento
Subindo paredes de um poço que escorregava,
E por fim vi a derradeira luz… brilho da salvação!
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-Manzas-

quarta-feira, 11 de março de 2009

Morrer por amor é viver!


Mesmo antes de te conhecer, eu te amei!
De conhecer o teu nome e rosto de mulher…
É como acreditar nos anjos sem ver, não sei!
É sentir ser picado por abelhas, sem o mel colher

É como o desejo incansável da noite pela manhã
E em brando dia, aguardar o frio da lua…
É como arder na água fria que corre de forma sã
Pelo rio da beleza, contornando uma sombra tua

É como sonhar acordado com um paraíso
Navegando numa pequena barcaça em temporais…
É como beijar sem se quer esboçar um pequeno sorriso
E ancorar sem ancora nas margens dos canaviais

É como caminhar pela fina areia descalço
E sem marcas de pegadas, partir conchas intactas…
É como tatuar a tua vida no meu corpo sem cálcio
Nutrido pelas carinhosas palavras sensatas

É como ficar mudo das palavras por dizer-te
Á luz de uma escuridão de oceanos sem estrelas…
É como ficar cego por ti e persistir em ver-te
E sem voz cantar as tuas melodias…e sê-las!

Hoje! Que já conheço o teu nome e o teu rosto
Irei alojar-te em meu corpo e por amor morrer…
Petrificado como uma estátua, assim serei posto!
Porque simplesmente… morrer por amor é viver!
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-Manzas-

segunda-feira, 9 de março de 2009

Falta de inspiração!


Num momento desnudado de inspiração
Apuro sentidos desconhecidos nas janelas do mundo…
Abro longas cortinas entreabertas da imaginação
E sonho despertar, num sono em que não durmo

Procuro nos búzios perdidos á beira-mar
Ouvir vozes batendo como ondas em céu azul…
Apanho conchas que reflectem o descanso do luar
Lábios que beijam a noite no silêncio dos ventos sul

Por entre as gigantescas ondas da descrença
Perco a sentida melodia da voz do vento…
Subo escarpas sem escadas de luz de presença
Entorpeço, caindo num desconhecido momento

Atravesso a ponte do planar das gaivotas
Cavando inspirações em praias de areias finas…
Lanço na margem do pensar, anzóis em reviravoltas
Amanhados iscos, flutuando nos engodos das rimas

Hoje os pássaros não mais cantam o meu idioma
Nos jardins em que as rosas sempre me sorriam…
As pétalas voam pelo deserto descalço, sem o aroma
Dos horizontes perfumados que outrora me seguiam

Teimoso! Contínuo subindo ao alto de mim
Tentando agarrar palavras que correm em contra-mão…
Carrego a meus braços, o caixão em que morri
E enterro sem a dor de luto… a falta de inspiração!
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-Manzas-

quinta-feira, 5 de março de 2009

Os poetas não morrem!


Sublimes versos escapam das almas dos poetas
Viajando até ao fundo dos céus como balões …
Suspensos ficam no tecto brilhando poesias inquietas
Reflectindo olhos orvalhados em prados de emoções

Na curvatura do tempo, estrelas são colhidas
Do pomar da imaginação expostas em montras…
Pulsa nas veias o destilado veneno às escondidas
Vício de uma feroz fé, rotuladas pessoas tontas

Abrem-se pares de valas nas lendas do destino
Mil léguas de escrita, rabiscos de palavras sãs…
São como pequenos dias em noites de desalinho
Enchendo-nos de sonhos despertados pelas manhãs

Memorias douradas em parapeitos de alegrias
Diluem-se como aguarelas, na orbita das luas…
Entre o Norte e o Sul atingem as suas fantasias
Desde o Oeste para Este voar com simples asas nuas

Passeiam livres nos pendores errados do rio
E golpeiam os corações em ritmo descompassado…
Com punhais enterram pequenas feridas a frio
Sonhos fagueiros de amores perdidos do passado

Moldam-se como o barro em poemas de fulgor
E atracam seus barcos nas caudas das baleias…
Destroçam-se boiando pelas solidões do amor
Deixam-se levar pelas correntes das marés cheias

Caminham ao som do acordar dos pássaros
E abanam árvores para que caiam ninhos de prazer…
Escrevem á luz das estrelas nas pontas dos penhascos
Pisando escorpiões em desertos do enlouquecer

As gotas da saudade batem com as mãos na vidraça
Das janelas iluminadas dos pensamentos…
Implorando a se abrigarem nas muralhas da graça
Aninham-se nas frechas desnudadas dos sentimentos

Que se despejem os oceanos e se varram as florestas
E que se apague o sol sem a lua nascer com o seu luar…
Porque os poetas não morrem! Vivem nas frases certas
E simplesmente adormecem no seu pensar…
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Dedicado a todos
Os poetas e poetisas
Deste mundo,
Os que já adormeceram,
E aos outros
Que ainda nem sono têm...
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Bem hajam!
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-MANZAS-

terça-feira, 3 de março de 2009

O que sinto!


No teu meigo olhar profundo brilho dos céus
Moram estrelas luzentes raiando ternura…
Dourados como um sol que trespassam os véus
Das nuvens acumuladas em pura doçura

Teu olhar chove gotas de paixão no meu solo
Apagando fogachos de desejos, ardentes de ti…
Parecem ser choros de crianças que a meu colo
Te acolheria suavemente, como flor de jardim

Olho-te com olhos de seta apontados ao teu caminho
Esperando livre e certo de palavras por dizer…
Palavras que entram em metamorfose pelo carinho
De que um dia o teu magico olhar quererá ver

O brilho do teu sorriso ilumina a minha rota
Margeada de lábios secos, sede dos teus…
Sem bússola sobrevoarei os mares como uma gaivota
E encobrirei os teus lábios com a sombra dos meus

O teu Sorriso é fonte trasbordante de esplendor,
Princesa que exalta encantos, alma graciosa…
Coração do tamanho de um mundo puro de amor
Pulsa raiando luz doce de uma beleza harmoniosa

O teu olhar, sorriso e o teu ser, inebriam o meu coração,
Espelho cristalino reflectindo encantos no meu intimo…
Por amar-te tanto, perco-me na verdadeira razão
E desisto de encontrar palavras que exprimam… o que sinto!
.
-Manzas-