sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Pequena flor… Mariana!




Desabrocha ao mundo, a mais rara e bela flor
Vestida de pele seda, pétala sideral
De angélica figura, de rareza tal
De louvar aos céus, tal beleza e primor.

Delicada, no jardim brilha seu gracioso furor
De quem avulta imaculada, paz natural
Regada com orgulho, carinho paternal
Adornada em alegrias... o paraíso do amor!

Pequena és, mas grande serás um dia!
Traço de uma terna flor, abraço da natureza,
Que por muitas primaveras, sorrir, irás de certeza...

Teu nome é veludo que se chama com alegria,
É aroma de jasmim que por esta vida imana,
O florir de uma linda flor, de seu nome... Mariana!

Soneto dedicado á priminha Mariana, de sete Meses,
No dia do seu baptizado... a pequena flor!

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-Moisés Correia-




sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Fazer… acontecer!



Na solicitude que me revestistes em cada hora,
Com a virtude do longe, sinto-te presente
Nesta minha, nossa mente que mente
Em cada furtivo minuto que nos demora!

Desferido por entrelinhas, ferimo-nos por fora
Pois que por dentro, ainda se vive e sente
Este incontido amor, que sobrevive por ser crente
Chagas de um passado recente, mas curado agora!

Num impulso que desembarga o detido tempo,
É tempo de zarpar com reféns ressentimentos,
E navegar ancorados aos salutares momentos…

Não é tarde, nem é cedo… é o momento!
De planar esquecendo com o vento, que só sopra viver,
E juntos podemos fazer… nosso futuro acontecer!
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Para todos, um grande Bem-haja!
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-Moisés Correia-



sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Tatuado, mas proibido…


Ao mundo, minha voz se irá calar!
Sussurrante o instante, em que posso dizer
Que tal saudoso amor, teimo em vencer
Mas que perdura eterno… este meu amar!

Venço ao esquecer, vencido no lembrar
Fico no silêncio carpindo este meu sofrer
Queimando-se em fogachos, ardente conter
Que me consome o peito, só de falar!

Que por tatuares minha vida, careço dizer;
- Que perdurará entendido a olhos meus,
Jamais te dizer… um definitivo adeus…

Pois que em meu peito ficou este calor a arder
Do teu chão, do teu céu, o teu ser em mim incutido,
Amor que me foi tatuado… amor proibido!
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-Moisés Correia-

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Extremos da tristeza!



Adormeço rindo num choro, em noites acordado
Por minutos serem, temo as horas, enlouqueço!
Tempo em que me alegro e entristeço…
E ao desatar-me da Tristeza, mais fico atado.

Dou voz ao grito que me sai calado
No mundo giro, ficando quieto… esmoreço!
De tudo quero, não querendo por ter um preço,
Procuro ser, sem sendo… descontraio, contrariado.


Levanto voo nas asas de um tombo agastado
De tudo confio, desconfiado me aborreço,
Interrogo-me aos céus; será que mereço?
Ou será este o meu inferno, pelos erros do passado?

Coabito com o meu bem, e mal passado
Soluçando agora no meu mal presente,
Rogando a Deus viver um futuro decente,
E que não me deixe morrer em tal estado!

Deste meu fero viver, me quero apartado
Por na eloquente loucura, viver descontente…
Que me venha a sepultura, mesmo por acidente!
Pois seria todo o meu fado enterrado.

Pois na minha extinção já quase estou
Das poucas forças que tenho, não ajo, não grito,
Tais são os extremos, em que triste me sinto,
E por aqui fico rendido a ser aquilo que sou


O perscrutar do amanha, mata-me o pensamento,
Esgaçando a vida, me faz retalhar a memória
Nesta guerra de sobrevivência sem glória…
Morrendo mesmo com vida, por ser sempre um tormento!

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-Moisés Correia-

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A arma!


Quem cala, não grita
Quem grita, não fala…
Maior grito é o da escrita;
Mata mais que uma bala!

Na surdez ela se instala,
Quem dispara, não faz fita,
Em verdades se resvala
Pela força que a incita.

Desferida de um certo jeito
Atingirá qualquer peito,
Até mesmo, de quem a evita!

Distrai, faz enlouquecer
Fere ou mata este sofrer
Esta arma… a escrita!
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-Moisés Correia-

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Amália!


Amália! A tua voz, já mais estará morta!
Foste e serás rainha, a senhora do fado…
Tua voz sobrevoou oceanos como gaivota
Deste ao mundo o que para sempre será lembrado.

Tudo isto é fado, deste ao teu país amado,
Foste uma casa portuguesa com certeza…
És Lisboa antiga deste povo consternado
Madrugada de Alfama cheirando a tristeza.

Ai Mouraria dos bailaricos e da entrega,
Com que voz se ouvirá agora o fado português?
Será por um fadista louco da nossa terra?
Ou por um anjo inútil num grito? Talvez!

De xaile preto, libertas-te de forma querida
Raízes que segredavam mistérios á cidade…
Foi esta, a tua Estranha forma de vida
Que nos fazem hoje cair, a lágrima da saudade.

Deixaste de luto o fado e plateias inteiras,
Que outrora se ergueram em palmas e gloria…
Dolentes, ficam tuas guitarras companheiras
Carpindo a soluçar… em tua memória!

Nem às paredes confesso, foi o amor
Que por maldição em solidão, nos deixaste…
Povo que lavas no rio, foi o louvor
Que com teu machado do amor, nos entalhaste.


Sabe-se lá, se foi por vontade de deus
Que num ultimo adeus, ficou o recado…
Que virá da tua divina moradia… os céus!
A tua voz eternizada, cantando para nós o fado!
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Tributo á diva do fado
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AMÀLIA RODRIGUES
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-Moisés Correia-