terça-feira, 28 de fevereiro de 2012


Teimosia



Escrevi o teu nome
Sobre a areia do mar,
Mas o mar, de pronto o levou...
E eu volto a tentar, insistindo,
Como insistem as ondas em levá-lo.

Uma nova vaga voltou,
E disse-me na inquietude da maresia;
-Tudo é vão, tudo passa um dia,
Nada será eterno do que é mortal.

 Repliquei também em ira;
-Nem tudo fica, nem tudo some!
Irei escrever o teu nome
Sobre a areia ou sobre o mar,
Sobre os céus e a terra,              
Em sonhos ou em morte,
Mas escrito há-de ficar
E o meu amor por ti permanecerá...
Eternamente mais forte!

- Moisés Correia -

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O beijo





O beijo que te dei
Foi puro e perfumado,
Foi doce, demorado,
Por fim eu te beijei!

Já nem me conheço agora!

Será que fiz bem?...
Será que fiz mal?...
A minha alma arde agora
De forma transcendente.

Há muito que meus lábios sofriam
Por este bem tão ausente
Que me sinto neste instante, morrer
Pelo estado em que fiquei.

Eu, que sempre vivi
Com esta crença de esperança perdida
Vivo agora só, nesta incerteza
Onde a minha alma se desfaz de pranto
Tão longe desse beijo
Tão cheio de encanto.

Sinto-me a morrer de paixão
Desse beijo passado
Bem presente em minha mente.
Sinto que não mais vá conseguir
Estancar esta ferida.

Por todas as caricias ausentes
E pelos beijos que agora te dou...
E que tu já não sentes...
Preferia ficar a desejar
Esse beijo por toda a vida.



Gostaria de partilhar convosco
esta minha alegria,
e do fundo do meu ser,
agradecer a todos
Pelas  306 207 visualizações de páginas
Deste Blogue, desde 12-06-2008.

O meu muito e sincero OBRIGADO!

BEM-HAJAM


- Moisés Correia -

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Vontade




Há tantos espaços em branco,
Outros negros, ocupados...
Tentativas de uma vida não vivida
Com os fantasmas de todos os dias,
Num céu de estrelas sem significado.

Fantasmas, quem não os têm?
A mente que os sustenta,
Nega a sede e a fome
No medo que consome,
O cansaço sem paz
Tatuado na pele.
De tantas batalhas perdidas,
De tantas palavras escritas
Com cor de tinta igual,
Tento ser normal, invisível,
E passar despercebido entre eles.
Ontem, já morreu, já passou!
Amanhã, ninguém sabe se vai existir,
Nada muda, ainda nada aconteceu...
E hoje, certamente...
Que não será um bom dia para desistir.

Hoje...
Nasceu esta imensa vontade
De ser quem não sou...
Não por ser o que sou,
Mas por querer ser melhor ainda.
A vontade de viver hoje é tanta…
Que não sei se algum dia irei morrer.



- Moisés Correia -


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Voa por mim...


Ó pássaro alegre de cor vivente,

Tu voas livre sobre as flores.

Corres apressado entre as ramas,

E vais sonhando pela alma do prado

Com esse ar despreocupado,

Na calma dos cantos da liberdade,

Num encanto que tanto amas.


Também eu queria como tu,

Rir e cantar de contente,

Voar alto e livremente!

Mas apenas sei morrer de amores,

Acorrentado á melodia

Do meu triste fado.

Pressinto que zombas de mim

Pelas penas do que eu aqui peno,

Dentro de uma gaiola de tempo,

Onde, neste céu...

Só vejo o azul das horas.


Por isso vai!...

Vai depressa, sem demoras!...

Voa com as penas que eu aqui passo,

Bate forte as tuas asas

Sobre as águas que eu aqui choro,

E sobre o céu de outras casas,

Vai por mim, saber de um amor

Que longe e ausente...

Eu tanto adoro!




- Moisés Correia -