Desperto-me por entre a bruma
Destapo o manto
Envolto na madrugada fria,
Cheiro a brisa… me levanto!
Disperso-me pela geada de alma nua
Arrastado por um leve vento
Em grito de euforia.
Esbarro-me nos muros de pedra dura
Esmago o silêncio
Enraizado por esta dor que teima vencer…
Sem saber como, descubro a cura
Ressuscito-me no eterno das palavras
A cada dia que me sinto morrer!
Corro para dentro de mim
Salto para dentro do meu jardim
Apenas sou mais um, dos que lá entraram
Sou todos aqueles que colheram flores
Sou venenos, sou amores
Sou todos aqueles… que as pisaram.
Misturando-me no tempo
Adianto-me aos sonhos sem adormecer
Com o devido tempo
Abro as portas e janelas do meu ser
Viro as costas, cerro os olhos
Vejo sombras… as minhas sombras!
Um manto de tudo o que a minha sombra cobre,
É medo que se destapa
É ferida que fere e mata
Um céu se encobre…
Que venha rápido o amanhecer!
Atiro as pedras ao charco
Afugento meus fantasmas
Num mar de lágrimas, mar vermelho…
Tento agitar minha calma, minha alma
Mergulhando de cabeça no presente
Aprendendo de novo, a sorrir diante ao espelho.
Ainda me resta uma mão cheia de nada
Um punhado de sementes
Que irei plantar em terras férteis e quentes.
Mais devagar, ou como seta
O importante é chegarmos mais além
O importante é chegar a meta!
Não mais irei caminhar
Medindo a extensão do percurso…
Não mais irei hibernar
Como um tolo ou como um urso!
Vou desatar-me desta sonolência
Deste frio que não me liberta
Talvez ser crente, noutra crença
Talvez ter alma de poeta.
Lutar será o lema!
Escutando cada pedido de socorro de um poema.
Serei o mundo que ainda não alcancei
Viverei apenas pela poesia que ainda não escrevi…
Amar de todo, o que ainda não amei
Hospedar em mim, o sopro vivo da vida,
Porque mesmo existindo…
Eu nunca me achei…
Eu nunca existi!
-Moisés Correia -
Quão profunda e bela as tuas palavra, é um poema muito íntimo mesmo, daqueles de você para você!
ResponderEliminar;)
Abraços...Lú MElo
voltei...
ResponderEliminargostei de estar aqui
Este poema reflecte, a meu ver, um tempo de inquietação, de revisitação de momentos em que viver foi pouco gratificante; porém resta, ainda, a capacidade de semear e, por isso, a possibilidade de colher e, finalmente, existir!
ResponderEliminarAbraço
Foi de tirar as palavras e de não tirar os olhos!
ResponderEliminarEstá... (não hà palavras)
Bom trabalho Manzas!
o vento afaga
ResponderEliminaro cabelo das velas
que apaga
Bom final de semana,
Boas energias sempre!
Mari
Que a nossa busca não nos impeça de viver, que a nossa vida não nos impeça, NUNCA, de buscar! Um beijo, Deia
ResponderEliminarComo sempre as suas palavras são únicas...Há muito tempo que procurava seu blog.
ResponderEliminarBoa noite Manzas
ResponderEliminarlindo poema
que a semana comece da melhor maneira
Besito
;)
Lindo ,doce e triste.
ResponderEliminarSoou-me como auto confissão que se descortinou para todos nós!
Um beijo,saudades!
Sonia Regina.