sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Pressa de viver!


No olhar preso do tecto do meu quarto,

Renasço do rescaldo

De um tempo morto

Quando não mais senti

Esse fogo desumano

Que em meu corpo era estranho.

E ao renascer dos escombros,

Carrego agora em ombros

Mil pesos de vontades

Viajantes na leveza dos ventos,

Sobrevoando barcos encalhados

No mar de gritos afogados em tempos!

Abro os braços á brisa que passa

Venço medos pelo cansaço

Desato os punhos, destapo a boca…

Da tristeza, faço graça

De sorrir, já não passo

Vivo com a força de uma corrida louca!

Passo a ponte, subo o monte

No horizonte,

Um poema de estrelas com versos de vida

A melodia no verbo amar…

A tudo quero chegar cedo

Do escuro, já não tenho medo

A nada me quero atrasar.

Tenho pressa de sair

Fugir do mundo sem me esconder…

E a quem no meu caminho se meter

O perdão, não vou pedir…

Pois tenho pressa de viver!

.

- Moisés Correia -

domingo, 5 de setembro de 2010

A beleza das coisas!


A beleza das coisas

Entre outras tantas belezas

É um nascer e pôr de sol,

Num parecer de sobe e desce

Quando a terra se mexe.

A beleza da paisagem,

É o espelho de uma viagem mental

Onde a natureza natural das coisas

Se reflectem em cada mente

Destapando novas cores

Novas raízes, novos céus

Onde os sonhos voam

E se misturam com as aves.

Tudo passa a ser uma porta

Aberta ou fechada,

O trinco da arte

Onde a imaginação é a chave!

Quanta beleza reside dentro de um coração?

De que cores se pintam quadros de ventos?

Não existe razão das coisas

E da eternidade dos tempos!

Passa tão perto e distante,

O toque, a voz de uma criança

O silêncio, um abraço amigo

Um socorro, um pedido

A beleza de uma planta…

Um olhar que não se lê

Uma mão que distrai

Enquanto a outra faz magia

Um truque que não se vê

Mas a viva nos encanta!

O caminho de uma noite

Uma luz, um clarão de tempestade

Pensar que o dia não mais tem uso…

Deixar tudo para traz

Recordações que nos deixam

A pensar o que fazer com elas,

Abstraindo cada um

De viver ou fazer uma história.

E a meio do caminho…

De novo se encontra o percurso!

Todas as coisas têm a sua beleza

E a beleza das coisas

Está onde estamos…

Está onde nunca reparamos!

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- Moisés Correia -