quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

ANO NOVO!

ano novo imagens Pictures, Images and Photos


Num romper de um novo ano…
Os sonhos possuem asas!
Asas de desejo,
Asas de esperança,
Asas de amor
Que se elevam num céu de fé…
O recomeço do “nunca fui”
O fim do “nunca é”!
O ano velho já lá vai…
O ano que se passou sem se deixar ver
O ano que Leva consigo as lembranças!
Umas tristes
Outras alegres,
Umas que as sentimos para sempre,
Outras que fingimos não as ter.
Mas isso agora já não importa…
O importante é o ter chegado até aqui!
O importante foi o ter vivido
E sentido a vida tal como ela é!
O importante…
É o continuar de um sonho,
Abrigados em castelos construídos no ar
E em suas terras plantar
Esse fruto tão saboroso e verdadeiro
Tão fácil de colher
Mas tão difícil de semear…
Esse que nos faz querer viver um próximo ano,
Esse que nos dá mais sabor á vida…
O fruto amar!


Desejo para todos:
365 Dias de felicidade;
52 semanas de saúde e prosperidade;
12 meses de amor e carinho;
8760 horas de paz e harmonia…
e que neste novo ano
Tenham 2010 motivos para sorrir!
.
-Moisés Correia-

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

É Natal!





É Natal…

Na cidade que desperta para a vida

Em mais um dia,

De rotina citadina

Onde o Inverno se agasalha no seu brio

Em ruas, que outrora, despidas e nuas

Ornamentam-se na vaidade

Desta mesma cidade…

Depois de um ano,

Calado e sombrio!


Árvores, passeios e lojas
Enchem-se de luzes brilhantes
E efeitos divertidos…

Para que os mais abastecidos
Se difundam na vasta multidão
Que marcham em contra mão,
Esbarrando-se ao se apressar
Para seu dinheiro gastar…
Em oferendas de obrigação.


Agasalhados se apressam

Para chegar a seus lares,
No conforto abafado de suas viaturas,
Atropelando-se sem mais nada ver…

Nem mesmo aos que ali ficam a padecer
Permanentemente, agasalhados em suas lamurias
Por não fazerem parte destas mesmas criaturas,
Que se dizem ser a sociedade…
Desta emproada cidade!


É Natal!
Para todos os que ao relento,

Se aguentam…
Enrolados em mantas
E edredões de cartões,
Almofadas de passeios e camas de jornais,
Sobrevivem estes cidadãos,
Onde os sonhos não existem mais!



É Natal!
Do peru colocado á mesa de uma calçada
Em forma de ilusão,
Recheado com migalhas de pão,
Em noite de consoada.



É Natal!
Do bacalhau cortado pelo frio,
Demolhado pela chuva,
Regado pelo tempo,
Num fio de sofrimento.



É Natal!
Dos presentes embrulhados
Em papel de amargura,
Oferecidos em forma de solidão

E de olhos molhados…
Congelam o meu coração,
Ao vê-los ali deitados.


É Natal!


Para todos…

Um Natal cheio de PAZ, AMOR e ALEGRIA

LUZ, SUCESSO, HUMILDADE…

PERDÃO, PUREZA, HARMONIA

SAUDE, RESPEITO…

IGUALDADE na FELICIDADE!

“ NATAL é quando um homem quiser”

E porque não querer todos os dias?

UM BOM NATAL

E que em 2010

A nossa casa (PLANETA TERRA)

RESPIRE E VIVA MELHOR!

-Moisés Correia-







quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Sonho lindo!

amor ardente Pictures, Images and Photos



Num pedaço de céu, saboreio a fantasia
Num pedaço de noite, desperto a saudade
Embalo a distância, adormeço a verdade
Contigo sonhando, sem querer que chegue a dia…

De ti, agasalho-me mais até do que queria…
Desse teu ser, manto de seda que queima e arde
Num entardecer da noite ó dia, num cedo ou tarde
Enlouqueço, com este amor que me vicia!

Só tu! Para me fazeres sonhar como sonhei!
Só tu! Para me fazeres confiar num futuro mais além!
Só tu… para me dares estes puros sentimentos…

És o meu vício, o meu anjo, és amor que me faz viver!
És mulher fantasia, a voz que me faz dizer;
- És um sonho lindo…sorrindo em meus pensamentos!
-Moisés Correia-

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Pequena flor… Mariana!




Desabrocha ao mundo, a mais rara e bela flor
Vestida de pele seda, pétala sideral
De angélica figura, de rareza tal
De louvar aos céus, tal beleza e primor.

Delicada, no jardim brilha seu gracioso furor
De quem avulta imaculada, paz natural
Regada com orgulho, carinho paternal
Adornada em alegrias... o paraíso do amor!

Pequena és, mas grande serás um dia!
Traço de uma terna flor, abraço da natureza,
Que por muitas primaveras, sorrir, irás de certeza...

Teu nome é veludo que se chama com alegria,
É aroma de jasmim que por esta vida imana,
O florir de uma linda flor, de seu nome... Mariana!

Soneto dedicado á priminha Mariana, de sete Meses,
No dia do seu baptizado... a pequena flor!

.
-Moisés Correia-




sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Fazer… acontecer!



Na solicitude que me revestistes em cada hora,
Com a virtude do longe, sinto-te presente
Nesta minha, nossa mente que mente
Em cada furtivo minuto que nos demora!

Desferido por entrelinhas, ferimo-nos por fora
Pois que por dentro, ainda se vive e sente
Este incontido amor, que sobrevive por ser crente
Chagas de um passado recente, mas curado agora!

Num impulso que desembarga o detido tempo,
É tempo de zarpar com reféns ressentimentos,
E navegar ancorados aos salutares momentos…

Não é tarde, nem é cedo… é o momento!
De planar esquecendo com o vento, que só sopra viver,
E juntos podemos fazer… nosso futuro acontecer!
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Para todos, um grande Bem-haja!
.
-Moisés Correia-



sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Tatuado, mas proibido…


Ao mundo, minha voz se irá calar!
Sussurrante o instante, em que posso dizer
Que tal saudoso amor, teimo em vencer
Mas que perdura eterno… este meu amar!

Venço ao esquecer, vencido no lembrar
Fico no silêncio carpindo este meu sofrer
Queimando-se em fogachos, ardente conter
Que me consome o peito, só de falar!

Que por tatuares minha vida, careço dizer;
- Que perdurará entendido a olhos meus,
Jamais te dizer… um definitivo adeus…

Pois que em meu peito ficou este calor a arder
Do teu chão, do teu céu, o teu ser em mim incutido,
Amor que me foi tatuado… amor proibido!
.
-Moisés Correia-

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Extremos da tristeza!



Adormeço rindo num choro, em noites acordado
Por minutos serem, temo as horas, enlouqueço!
Tempo em que me alegro e entristeço…
E ao desatar-me da Tristeza, mais fico atado.

Dou voz ao grito que me sai calado
No mundo giro, ficando quieto… esmoreço!
De tudo quero, não querendo por ter um preço,
Procuro ser, sem sendo… descontraio, contrariado.


Levanto voo nas asas de um tombo agastado
De tudo confio, desconfiado me aborreço,
Interrogo-me aos céus; será que mereço?
Ou será este o meu inferno, pelos erros do passado?

Coabito com o meu bem, e mal passado
Soluçando agora no meu mal presente,
Rogando a Deus viver um futuro decente,
E que não me deixe morrer em tal estado!

Deste meu fero viver, me quero apartado
Por na eloquente loucura, viver descontente…
Que me venha a sepultura, mesmo por acidente!
Pois seria todo o meu fado enterrado.

Pois na minha extinção já quase estou
Das poucas forças que tenho, não ajo, não grito,
Tais são os extremos, em que triste me sinto,
E por aqui fico rendido a ser aquilo que sou


O perscrutar do amanha, mata-me o pensamento,
Esgaçando a vida, me faz retalhar a memória
Nesta guerra de sobrevivência sem glória…
Morrendo mesmo com vida, por ser sempre um tormento!

.
-Moisés Correia-

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A arma!


Quem cala, não grita
Quem grita, não fala…
Maior grito é o da escrita;
Mata mais que uma bala!

Na surdez ela se instala,
Quem dispara, não faz fita,
Em verdades se resvala
Pela força que a incita.

Desferida de um certo jeito
Atingirá qualquer peito,
Até mesmo, de quem a evita!

Distrai, faz enlouquecer
Fere ou mata este sofrer
Esta arma… a escrita!
.
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-Moisés Correia-

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Amália!


Amália! A tua voz, já mais estará morta!
Foste e serás rainha, a senhora do fado…
Tua voz sobrevoou oceanos como gaivota
Deste ao mundo o que para sempre será lembrado.

Tudo isto é fado, deste ao teu país amado,
Foste uma casa portuguesa com certeza…
És Lisboa antiga deste povo consternado
Madrugada de Alfama cheirando a tristeza.

Ai Mouraria dos bailaricos e da entrega,
Com que voz se ouvirá agora o fado português?
Será por um fadista louco da nossa terra?
Ou por um anjo inútil num grito? Talvez!

De xaile preto, libertas-te de forma querida
Raízes que segredavam mistérios á cidade…
Foi esta, a tua Estranha forma de vida
Que nos fazem hoje cair, a lágrima da saudade.

Deixaste de luto o fado e plateias inteiras,
Que outrora se ergueram em palmas e gloria…
Dolentes, ficam tuas guitarras companheiras
Carpindo a soluçar… em tua memória!

Nem às paredes confesso, foi o amor
Que por maldição em solidão, nos deixaste…
Povo que lavas no rio, foi o louvor
Que com teu machado do amor, nos entalhaste.


Sabe-se lá, se foi por vontade de deus
Que num ultimo adeus, ficou o recado…
Que virá da tua divina moradia… os céus!
A tua voz eternizada, cantando para nós o fado!
.
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Tributo á diva do fado
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AMÀLIA RODRIGUES
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-Moisés Correia-

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Aos filhos…


Na senda da existência, sou filho e pai (e)terno.
Entre trilhos, meus filhos são luz, minha vida!
Frágeis como uma flor ao frio do inverno,
Primaveras do amor, o orgulho não finda!

Abrem-se como flores de sorriso sincero
Aflorando ternura, odores de alegria bem-vinda…
É o sentir deste paraíso, o sentimento etéreo
Que faz despertar, um maior amor á vida!

É com este pensamento que me habita,
Que percorrerá meu sangue, em ciclo fraterno
Pelas veias a sorrir, nos braços que os enlaça…

Serão estrelas a luzir na rota infinita,
Elevando meu grito, dizer de modo (e)terno
Amor que assim vive… não há quem o desfaça!
.
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-Moisés Correia-

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A oração!


Ó Deus!...
O teu nome chamei!
Atirei frases sem volta
De angústias e revoltas…
Caíram vindas do infinito,
Em remoinhos e reviravoltas
Caladas respostas
Às que te mandei!
Ó Deus!...
foi por ti que gritei!
Ergui o mais alto que pude o meu grito…
Não pedi o mundo,
Já mais o infinito!
Talvez haja uma forma,
A palavra certa que não usei…
Apenas te peço desta forma
Pois esta… é a única que sei!
Ó meu Deus!...
Eu, e o meu eu,
Rico em baixas e grandezas,
Peço-te com firmezas
Para que cuides de minha vida…
Mas não peço só por mim!
Peço-te da mesma forma,
assim tanto para com toda a humanidade,
De toda a raça ou idade,
Tanto para com todas as religiões e naturezas…
Que cures todas as tristezas,
Que sares ao mundo a ferida,
E que ao mal… ponhas um fim!
Ó Deus!...
Teu nome chamo e aclamo!
Não esqueças deste pequeno grão
Que não fala teu nome em vão
Perdido num deserto,
Que outrora, fora um paraiso!
Pedir, não mais será preciso,
Para que estendas a tua mão
A cada país ou nação,
e se possa com um sorriso…
Agir do modo certo!
Ó Deus!...
A ti Deus em que creio!
Abro meu peito, e anseio
Não mais sofrer
Pelo que sou,
Não mais sofrer
Por este chão que aos pés se pegou,
Não mais sofrer
Por não poder fugir,
Não mais sofrer
Por não ter mais o prazer de existir!
Meu Deus!...
Desta forma, a ti me dirijo!
Que venha rápida a força da tua ira
E da tua mão compadecida…
Por fim... porás um fim á minha vida
Onde para sempre descansarei
Numa terra que brotará flores
Junto á pedra sem nome…
E então... se saciarão de minha fome!
Seja por nada ou seja por isto,
Fica o registo esta oração
Escrita do coração
Em nome do teu amado filho …
Jesus Cristo!
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-Moisés Correia-

domingo, 13 de setembro de 2009

Haverá sempre poesia!


Enquanto houver sonhos
De ocultos olhos ternos,
Unindo distantes corações
Em fantasias e quimeras…
Haverá sempre Outonos
Despidos de Invernos
Escaldando Verões,
Vestindo Primaveras…
E quando por alguém se sente
E faça de tamanha paixão
Na noite, brilhar o dia…
Haverá sempre alguém contente,
Seja ela em que estação…
Haverá sempre poesia!
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-Manzas-

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O que me faz sofrer…



É a guerra premeditada
A mentira lavada,
A faca que sangra
Num corpo que nada fez…
É a boca tapada
De mãos amarradas
Num beco fechado…
O tiro disparado!
Julgado…
De quando em vez…

O que me faz sofrer…
É o silêncio dos inocentes
O veneno das mentes
Que manipulam crentes,
Gentes… que sofrem ao frio!
É a casa sem telhado
O futuro despedaçado…
O medo mora ao lado!
Á mesa…
Um prato vazio…

O que me faz sofrer…
É o seguir em frente
Rumo á estrada
Que nos conduz á entrada
Do túnel que seduz
Mas no fundo, não á luz…
A viagem pró nada!
É a confusão instalada
A multidão espancada
De boca cerrada
A fachada do mundo,
Que se espelha na face…
De quem a conduz…

O que me faz sofrer…
É a dor da separação
A criança de arma na mão
A boca sem pão
O homem sem coração
A razão que fala sem caso…
É as mãos que negam
Os pés que atropelam
Os olhos que cegam
Para não ver o acaso!

O que me faz sofrer…
É de tudo ver
E nada entender,
É o sofrer e nada poder fazer…
É de quem zomba de ti
É de quem mora lá
É de quem mora aqui!
É de quem chora
E de quem não ri…

O que me faz sofrer…
É a dor de escrever
Sobre a dor que senti,
É o sentir o sabor
Deste universo sem amor…
É o acordar sem nada saber
Do amanha… nada poder dizer…
É um filho perguntar
É suspender no ar o respirar
Pergunta que fica por responder…
É o que me faz sofrer!

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-Manzas-

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Em forma de poesia


Em forma de poesia… eu diria
Que o amor é como um sol!
Que brilha sem ser dia
Queimando em noite tardia
A boca que beija
Como quem morde
Os lábios de um anzol!

Perdidas ficam as palavras no ar
Em pensamentos imaginados
Tentando encontrar
A melhor explicação
Para a palavra amar!
Em forma de poesia… eu diria
Que o amor, é tentar entender
O que não se pode explicar…

É podermos em momentos inventados
Planar como gaivota sobre o mar!
Acreditar que no amor
Não existe dor
E sem razão, pedir perdão
Por escutar a voz de um coração
Que deixa o silêncio falar…

Difícil é entender o sonho da verdade
É desejar que o amor aconteça
Transportando da mente para a vida
Toda a sua realidade
Toda a sua fantasia…
O amor pode ser falado ou ouvido
Amado ou sofrido
Vivido ou sentido
Eu diria…
Até… em forma de poesia!
.
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-Manzas-

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Sou tudo… sou nada!


Num clarão de vida…
Sou como chama ardente que queima
Em corpo que clama,
Arrebata e sangra…
Sou folha de um livro
Desfolhado ao vento,
Perdido num tempo
Onde o ar inflama!

Sou sol, sou chuva,
Sou fascínio evidente
Sou triste, sou contente
Sou Rei… tenho frio!
Sou vertente que brota
No leito de um rio…
Sou água que corre na corrente
Puro e tão-somente
Que cria coragem
E segue seu rumo…
Calado e sombrio!

Sou voz falante
Num mundo que cala!
Sou choro de criança
Que nasce na esperança
De ver tudo… em puro encanto!
Sou futuro, sou passado
Sou perdido, sou achado
Sou presente
A vida pressente!
Sou pouco e sou tanto…
Sou palavras de um velho livro
Esquecido de ser lido,
Perdido… Jogado a um canto!


No silêncio gritante
Das frias madrugadas…
Sou minuto contraído,
Sou sonho que desperta cedo
Com rosto de menino
De lágrima lavada…
Sou caminho, sou estrada
Sou muitos, sou sozinho
Sou gigante, sou pequenino
Sou tudo… sou nada!


-Manzas-

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Crepúsculos e alvoradas!


Sucedem-se crepúsculos e alvoradas!
As folhas secas, anunciam Outonos pelo verão…
As chuvas copiosas de invernos,
Alimentam primaveras
E ficam para sempre
Registos eternos
Sublinhados no coração!

Erguem-se palavras e pensamentos de alegria
Em verdades de amor e puros sentimentos…
E o que importa nesse dia?
É que despojes o sol em suaves brisas
E ames tudo como sempre amas-te,
Em todos os pormenores e momentos!

Que pintes as folhas soltas de cor dourada,
Mesmo em abundantes chuvas em terra gelada…
A natureza fará o que melhor sabe fazer,
Brotará do chão a força que em ti cresce,
Em cada dia que passa…
E dela colherás o que de melhor tens;
Mulher pacífica, amiga disponível
Senhora, amante… mulher amada!

Serás sempre para mim, imprescindível
Como o pão de que me alimento
E da água que a sede me mata!
Que em tudo o que aconteça…
De alguma forma
Junto a ti sempre estarei!
E em todas as adversidades
Serão por mim, a teu lado
Vividas, sentidas e amadas!
Por isso hoje te digo
Com todo o meu amor;
Que para sempre… estaremos juntos…
Em crepúsculos e alvoradas!

AMO-TE!


-manzas-

domingo, 2 de agosto de 2009

Minha cidade


Atrasado chega lento
O expresso prá cidade…
Á janela do relento
Adormeço na saudade

Pelos carris do tempo
Passo campos rios e fontes…
Passa o ar, passa o vento
Passo estações, casas e montes

Chego ao destino marcado
Á cidade onde nasci…
Por ela fui bem-criado
Já não sei mais viver sem ti

Terra que me viste crescer
Terra que me viste brincar…
Aqui quero viver e morrer
Em ti quero estar e morar!

Deste-me á luz com vaidade
Mãe terra… minha cidade!
.
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-Manzas-

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Universo das Palavras!


Várias são as formas
De se sorver as palavras…
É o viver e respirar,
É o respirar e sentir, é o sentir e amar…
Ambas se unem pelo mesmo saber e sabor!
Universo de sentimentos
Que moram sem jeito
Por vezes… é um feito
Guardados como um tesouro
Dentro do peito de cada leitor…
Onde se erguem pilares de sensações,
Varandas de emoções
Janelas e portas de ouro…
A casa do escritor!
Através do toque dos olhos
Bailam diversos símbolos desenhados…
Visão que desliza rumo ao futuro,
Rumo á imaginação de qualquer coração…
Olhos que sentem e ficam molhados!
Por vezes…
As palavras são feitas de ferro,
Como um abraço
Outras de vidro,
Que nos corta a vida!
Cimento de sonhos que fortalecem amizades
De todas as raças, sexos e idades
Frases de aço… que tocam na ferida!
Cada um de nós
É uma letra,
Nossas famílias
Formam as palavras,
Nossos círculos de amizades
Criam frases,
E todas estas frases
Compõem as cidades!
Letras, palavras,
Frases, poemas e poesias…
O universo das palavras!
Pensamentos que aludo,
Porque ler, sentir e sonhar
Para muitos… pode dizer nada!
Para outros… o nada pode dizer tudo!
-Manzas-


segunda-feira, 15 de junho de 2009

A cada minuto!


Dos muros da vida… espreita a felicidade!
Dos cumes das serras… desliza a esperança!
Das tempestades… chega a bonança,
Tempo que sem idade… traz serenidade!

Das grutas do medo… nascem luzes brilhantes!
Dos oceanos… chegam ondas de confiança!
Os ventos… trazem nuvens de fiança,
Céu que do seu breu… faz arder estrelas cintilantes!

O dia nascerá sempre depois da noite escura
Mesmo que seja esse dia, um dia de amargura
O mundo girará na sua rota sem nada notar…

Por só uma vez se viver… vive-la com aventura!
Depois de morrer, não mais haverá lugar á loucura
E desta vida… viver cada minuto para amar e sonhar!
.
-Manzas-

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Sede de ti!


Caminho com passos de ouvir para te ver
Em areias de sede, deserto por te ter e sentir…
No horizonte surge como luz, o brilho do teu ser
Calor da tua voz que me seduz e me faz sorrir!

Para tudo o que olho, te vejo!
E em tudo o que vejo, te pressinto …
Em todo o meu ser, te desejo
A sede do teu beijo… mordo e sinto!

São como rios a nascer do mar
Que desaguam desertos, nos montes
Em noites onde o sol brilha e dura…

É o delirar que me faz acreditar
Que a abundância de águas, secam fontes
E de ti… quanto mais bebo, mais sede em mim perdura!
.
.
Para todos
um grande
BEM-HAJA!
.
-Manzas-

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Anjo sem asas!



Amargo é o sabor do adeus!
Os sonhos acordam a verdade…
O tempo pede perdão a deus,
Por trazer tanta saudade.

A noite trás a dura tristeza!
Estranho, o mundo continua a girar…
O mar deixa de ter beleza,
O coração sangra, por não saber chorar!

A palavra dói mais que um grito,
Cai como chuva em forma de punhais…
Um beijo prometido fica perdido,
Onde as estrelas não brilham mais!

O sol teima em não nascer!
A lua cancela o seu luar…
O barco atraca no cais do sofrer,
A dor plana como gaivota no ar.

Os rios afundam-se na secura!
Os ventos perdem forças para soprar…
A montanha eleva-se na amargura,
Procura nos céus a palavra amar!

Um anjo cai por terra!
O desencanto acolhe a sua chegada…
Dizem que simplesmente pelo amor espera,
Sem ele, é anjo sem asas… anjo sem nada!
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Amigos(as) infelizmente não tenho tido tempo
Para estar aqui presente, como gostaria…
Irei sempre passando, mesmo que só por um breve momento,
E assim que possa…voltarei num outro dia!

Obrigada pelos vossos comentários!


BEM-HAJAM!


-MANZAS-

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Pescador de sonhos!


Nos lençóis de seda em mar sereno
Tocam os dedos de um sol madrugador…
Desperta o planar de uma gaivota
No desabrochar de uma fina flor

Desamarro das margens do rio
Batel pintado com cheiro de jardim…
Redes enleadas no engodo do amor
Veste-se tímida a manhã num cais de cetim

Zarpo ao encontro do sol
Horizontes onde as sereias cantam …
Erguem-se nas caudas de fabulosas baleias
Salpicos de magia, sonhos que se agigantam

Nascem os medos das tormentas
Tempestades sem eira nem beira…
Recolho versos e remo com braços de velas
Rumo às vagas, oceanos sem esteira

Liberto às estrelas o olhar
Que transborda sonhos de menino…
Com olhos de luz aprende a sonhar
Conta fixadas estrelas em desalinho

Desamarram-se no fundo, os corais!
O velejar da poesia em que mareio…
Abrem-se as conchas jogadas ao mar
Búzios ecoam nas nuvens do devaneio

A lua faz-me acreditar!
Os rios desaguam esperança…
O horizonte estende-me a mão
Rasgam-se sorrisos de criança

Atlânticos enchem-se de luz
A garça sem par voa em bandos…
O vento amarra o tempo em remoinhos
Saltam golfinhos, o grunhir dos encantos

Abro as janelas á imaginação
O isco é lançado na rota de um navio…
Inundo a alma no azul profundo
Barcaça que flutua no desvario

A lua despe o véu deixando cair o luar
Com ele descendem estrelas e sonhos risonhos…
Mergulho os anzóis ao fundo dos céus
E somente serei, um pescador de sonhos!
.
***
.
-Manzas-

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Suspenso no tempo!


Desperto encostado á escura noite
Na velha e dura calçada do relento…
Na cama onde a chuva é açoite,
Agasalho-me com lençóis feitos de vento!

Cama onde a raiva se acende e inflamam,
Sonhos ardentes queimados em medos…
Pesadelos despertados que derramam,
Suores de Ilusões que escapam pelos dedos!

Suspenso às nuvens fica o sonho sustado,
Observado pelos tempos que passam revoltos…
Na cama da ilusão permaneço fustigado,
Aos indiferentes ventos que sopram soltos!

Exposto em céu aberto fico á deriva
Como grão de areia perdido, jogado ao vento…
Na cama do horizonte adormeço sem guarida
Aguardando um abrigo… suspenso no tempo!
.
Uma boa semana para todos!
-Manzas-

terça-feira, 7 de abril de 2009

Varanda dos amados pensamentos ligados!


Num traço de avião, desvendo o teu rosto,
Rosto de nuvem em céu azul, luz do infinito…
Infinito desfasamento de Poalhas em fundo fosco,
Fosco cálice vazio que cala a voz de um grito!

Grito queimado nas cinzas de um cinzeiro,
Cinzeiro apagado de um quarto de hotel perdido…
Perdido por um ardente amor, enamorado por inteiro!
Inteiro o calor de um corço que arde consumido.

Consumido num vasto horizonte sofrido,
Sofrido o sabor amargo, agora encontrado…
Encontrado amanhecer que se dá por vencido,
Vencido pelos versos que galgam o desejado…

Desejado o perfeito acordar do teu sorriso,
Sorriso despertado por um solto e leve beijo…
Beijo molhado, que abre portas a um paraíso,
Paraíso que descalço caminha nas ruas do desejo.

Desejo que chega como chuva dissolvente,
Dissolvente o sentimento que escoa no tempo…
Tempo desprotegido por um vento indolente!
Indolente sentimento que sopra nos cumes do alento!

Alento que se escapa das grutas sombrias
Sombrias trajectórias que ao mar vão desaguar…
Desaguar dos desencantos embalados pelas águas frias
Frias, flutuam nas valsas das marés do marulhar!

Marulhar do embriagado champanhe que demanda,
Demanda os tristes sentimentos despedaçados!
Despedaçados pelo vazio que por ti sinto na varanda…
Varanda dos amados pensamentos ligados!
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FELIZ PÁSCOA!
-Manzas-

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Portal da rocha… penedo do guincho!




O sol rasga os panos do horizonte
Em pacífico brilho de sua magnitude…
Cadenciado ondular que em mar bronze,
Excelsa beleza no marulhar da virtude!

A rocha na ânsia do dia, bebe sedenta do mar,
Firmada num profundo e desigual chão azul …
Cristalizadas águas reflectem o planar,
Das majestosas e imperais… gaivotas do sul!

Em imaculadas vagas de branca espuma,
Esbarram-se emoções no beijar às areias…
Conchas que se abrigam na sombra da bruma,
Salpicadas verdascas das marés cheias!

Dolente fica a velha e dura rocha
Agasalhada no seu perdido tempo…
Moldada pelas maresias, murmura na costa;
-Á beira-mar quero dançar, embalada ao vento!

Resignada, ali fica aprisionada num sonho
Acorrentada á espuma que em seu torno dança…
Saboreando das vagas azuis, mar que bate risonho,
Hospede de um velho penedo que ali descansa.

Abriga no tecto do seu portal, lembranças,
Queixas e desabafos de solitários pescadores …
Empresta sombra a homens, mulheres e crianças
Guarda secretos segredos… salpicos de amores!

Firme e ancorada em salgadas visões
Fixa olhares às estrelas que lá moram distantes…
Furta o luar á lua em noites de constelações,
Chapinhadas pelas caudas das sereias amantes.

Abres asas à imaginação, a quem por ti passa,
E alagas em mim, saudades que por ti sinto…
Revestes-te de magia na fina areia descalça,
Portal da rocha… penedo do guincho!

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-Manzas-

terça-feira, 31 de março de 2009

Parem os senhores da guerra!



Em noite fechada, progride o medo!
Despertado por arruaças em tropel,
Desmedidas atitudes que em carrossel
Giram incertezas, num mundo em puro apelo!

Hesitantes dúvidas que nos fazem pensar!
Em parâmetros de vidas sem futuros,
Que por tristezas, resvalam nos muros
Despautérios dos senhores do guerrear…

Percorrem distâncias sem medidas,
Em forças agasalhadas de duras munições
Que perfuram escudos de nobres corações,
E fazem chorar á luz do dia…inocentes feridas!

Vestem em sua pele o papel de hienas!
Prevendo o sangue, percorrem savanas sedentas…
Por saciarem de vergonhosas batalhas horrendas,
Intitulando-se… gladiadores das arenas!

Arenas do mundo com bombas a explodir!
Em mais uma de muitas guerras sem razão,
Pondo na linha da frente, putos com armas na mão!
Acordando sonhos dos que não mais vão dormir…

Esses! Os senhores que não vestem o uniforme!
Os que contam com todos para vencer,
Mas que não vão á guerra para morrer,
Chacinam por todo o mundo, milhares de crianças á fome!

Esses! Os que se escondem em suas mansões!
Quando delas, vêem bombas a cair!
Os que ordenam e constroem para destruir
E escapam às grades de merecidas prisões…

Esses! Os que constroem os blindados!
Que com fatos de cerimónia, tapam cegueiras,
Hipócritas! Colocam em caixões, coloridas bandeiras…
Nas campas dos que por eles são sepultados!

Parem! Esses que se intitulam de senhores!
Os que ditam sua própria lei, mas que com ela erra!
Parem! Esses que se divertem com os horrores!
Parem os senhores da guerra!

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Um resto de uma boa semana!

-Manzas-

Com palavras te beijo!


Com palavras te toco num instante calado!
Perco-me em sentidos, ouço os gemidos
Agredidos sentimentos que ficam feridos
Por não mais alcançar o sabor desejado!

Espelhado sentimento em pedaço sufocado
No chão do meu peito, cortantes ficam caídos
Reflectidos desejos que por ti gritam sofridos,
Ficando sem jeito, voz de um coração sangrado!

Ficam somente, doces beijos que te vou dando
Contemplando dos teus lábios o bom sabor,
Dados pelas pontas de meus dedos, em desejo!

Que por nele viver, amar e sofrer, vou escriturando
Como lampejo em duros enganos de minha dor,
E assim… com palavras te beijo!
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Para todos uma excelente semana!
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-Manzas-

sexta-feira, 27 de março de 2009

Ardentes pensamentos!



Do fogo que pela branda fogueira ardia
Sinto o pulsar de uma chama latente
Que por iluminar minha noite, se sente
A luz de um sol forte em pleno dia

Fogachos de ti saltam em noite tardia
Como quem beija, sopro esse calor ardente
Queimando a meus olhos em dor tangente
Fogo que por ti incendeio em cama fria

Mas por lareira ser, queima-se em amor,
E a ela, junto meu peito tronco de azinho,
Para que em fina cinza rescalde sentimentos…

E por aqui ficarei sentindo chamas do teu calor
Sempre que em frias noites me sinta sozinho,
Aqueço-me de ti … em ardentes pensamentos!
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-Manzas-

Nada mais fará sentido!


Salgam cristalinas águas em dura rocha
Que por elas em espuma de ondas encalha
Em praias que com beleza se vestem e falha,
Visão a meus olhos, por tanta rareza em costa!

Serpenteiam riachos pelos trilhos das serras,
Que em solo regado por ele raras flores abrotam
Cores que por paraíso ser, horizontes se esgotam!
Riquezas que num sorriso, respiram primaveras…

Perante tamanha raridade, á beleza grito;
Oh! Céus e mares de um éden que me entristece!
Porque não aqui estás comigo? …oh! Mundo perdido!

Mas por não ser este meu grito entendido,
Mesmo que num paraíso seja, me dizer carece;
Castigo meu será…
por nada mais fazer sentido!
.
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Para todos, um majestoso fim-de-semana!
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-Manzas-

quarta-feira, 25 de março de 2009

Amor maldito!


Habito nos teus olhos luz, brilho de encanto!
Respiro das janelas do teu rosto o sorriso
Dos cabelos, soltas o perfume que preciso
Castelo do teu ser em que por ele amo e canto

Cobres com pétalas teu corpo manga jasmim,
Colocas ao pescoço o colar de rubras cerejas
Adornas com brincos de amoras e me beijas
Com lábios sabor morango… no teu jardim

Por mulher seres em doce ternura te digo;
Que perdura em mim sem castelo ter,
Adentro de ti viver que por armadura grito…

Viver por ti amor dura e não
maldigo,
Sabor ardente ventura no calor do teu ser
Que alcunha o que por ti sinto … amor maldito!
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-MANZAS-

segunda-feira, 23 de março de 2009

Pensando em ti


Engano com palavras mudas o grito que cala
Esperanças na ponta da lança que fere o peito
Atingindo sentimentos sentidos por defeito
Descritos pelo som da escrita, que por si fala

Mãos que com ternura escrevem tremendo
Universos que giram num pensamento travado
Por saber que não sei se por ti sou amado
Sombra que perdura e por ela á luz vou sofrendo

Espero por um conselheiro tempo sem tempo
Num momento derradeiro em que me ditará
Demoras de um vento forasteiro e sem fim…

Vento de trará o verdadeiro sentimento,
Tormento de um homem que aqui permanecerá
No tempo, dormindo acordado… pensando em ti
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-MANZAS-

quinta-feira, 19 de março de 2009

Recordações…



Abate-se em mim pela escarpa em cascata
O mais atroz sentimento em movimento
Entre a mente crente, justo julgamento
Fera de um bosque feroz, voz que mata

Flutua á deriva num rio ardil, culpas mil
Remorsos antigos de amores perdidos
Ferida subtil que forma crosta em gemidos
Súplicas de curas de um coração gentil

Mas por ser fogo ardente na minha mente
Amor que me consome de forma diferente,
Atraco as razões e fundeio corações…

Na corrente desliza puro e tão-somente
Límpidas águas de um velho rio contente,
Rio de emoções, que não mais chora recordações…
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-MANZAS-

terça-feira, 17 de março de 2009

Liberdade!


Tocavam os raios ensolarados e madrugadores
Nas vastas planícies, terras por conquistar…
Do chão brotavam vidas e esperanças de amores
Colhidas por ninfas ao som de flautas, a dançar

Mas nessas terras, também corriam ventos de tirania
Trazidas por lordes e senhores de um Rei ditador…
Cobrando liberdade a um povo que por ela ardia
Forçados às leis impostas pelas espadas, suor e dor

Num acto de demonstração do poder constante
Cercaram aldeias furtando vidas de camponeses indefesos…
Apressada! A fome do mal se tornou faminta de sangue
E dele a sede se saciou abundante… sem medos!

Crescera então a maior rebeldia com voz de vingança
Dentro de um puro homem até então, agora em luto…
Correm lágrimas pelo fio de sua espada… a herança!
Guardada e deixada como revolta, amargo fruto!

Nos tristes olhos desse homem, se espelhava a retaliação
Liderada e encorajada por si, junto ao seu fiel clã…
Instigou aos seus famintos guerreiros, a corajosa revolução
Para a eterna liberdade de sua amada e terra sã

Iniciou por travar pequenas grandes batalhas
Conquistando terrenos, liderança e respeito…
O seu nome se fez ecoar, passando as altas muralhas
Fazendo chegar ao tirano Rei, grandezas do seu feito

Mas a mente do ditador era cruel como punhais
E a seu mando lançou a morte pela encruzilhada…
No passado, retirara a vida de seus amados Pais
E agora o seu melhor e ultimo tesouro… a sua amada!

Seu coração se inundou num rude ódio e raiva
Unindo um exército sedento de um País livre…
Batalharam lado a lado como guerreiros pela pátria
Espalhando o sangue pelas planícies, de punho firme!

Como patriotas, lutaram por vitoriosas esperanças
Em campos ardilosos, de uma forma alada…
Em tempestuosos ventos de traições e fianças
Fora capturado o mais nobre guerreiro, caindo na cilada

Tentaram-lhe impor uma fé, fazendo-o rogar perdão
E benevolência aos pés do arrogante ditador, sua Majestade…
Sob pena, foi acorrentado, torturado e mutilado… mas em vão!
Porque mesmo na sua morte, gritou num último suspiro…

LIBERDADE!



-Manzas-

segunda-feira, 16 de março de 2009

Voz oculta



Nos vastos arejados campos do meu ser
Corre a sombra de uma voz pelos prados da mente…
Entre montes de razões e rochedos do enlouquecer
Suplica a conflituosa tentação inconsciente

Em meus olhos alvejados pela desigual visão
Tento o esplêndido cenário, mas a voz não deixa!
Ouço o constante bater de uma contradição,
O pintar das emoções em tons de uma queixa

Passam como águas de cristal flutuando
No meu sincero lutar de contra o imaginário,
Que me faz querer ser surdo de uma palavra adúltera…

Mas não se destila sentimentos que vão sussurrando
E que passa pelo marcante sentir do contrário,
Sombra que me fala com meiga voz … voz oculta
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-Manzas-

quinta-feira, 12 de março de 2009

Brilho da salvação!


Provei o fel sabor de uma outra vida
Nas ruas desnudadas, lotes incertos do sem andar…
Caminhei pelos desertos secos de alma perdida
Entrando pela porta em que ninguém quer entrar

Na esquina da amargura esbarrei na realidade
Vista com olhos cegados pelos grãos imundos…
Nas veias, o veneno prometia a imortalidade
De uma impostora fé imposta nos submundos

No fundo do escuro poço mastiguei o sofrimento
E ouvindo a voz da morte para os céus olhava
Agonizado pela espera das escadas da redenção…

Num grito de raiva cuspi o meu tormento
Subindo paredes de um poço que escorregava,
E por fim vi a derradeira luz… brilho da salvação!
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-Manzas-

quarta-feira, 11 de março de 2009

Morrer por amor é viver!


Mesmo antes de te conhecer, eu te amei!
De conhecer o teu nome e rosto de mulher…
É como acreditar nos anjos sem ver, não sei!
É sentir ser picado por abelhas, sem o mel colher

É como o desejo incansável da noite pela manhã
E em brando dia, aguardar o frio da lua…
É como arder na água fria que corre de forma sã
Pelo rio da beleza, contornando uma sombra tua

É como sonhar acordado com um paraíso
Navegando numa pequena barcaça em temporais…
É como beijar sem se quer esboçar um pequeno sorriso
E ancorar sem ancora nas margens dos canaviais

É como caminhar pela fina areia descalço
E sem marcas de pegadas, partir conchas intactas…
É como tatuar a tua vida no meu corpo sem cálcio
Nutrido pelas carinhosas palavras sensatas

É como ficar mudo das palavras por dizer-te
Á luz de uma escuridão de oceanos sem estrelas…
É como ficar cego por ti e persistir em ver-te
E sem voz cantar as tuas melodias…e sê-las!

Hoje! Que já conheço o teu nome e o teu rosto
Irei alojar-te em meu corpo e por amor morrer…
Petrificado como uma estátua, assim serei posto!
Porque simplesmente… morrer por amor é viver!
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-Manzas-

segunda-feira, 9 de março de 2009

Falta de inspiração!


Num momento desnudado de inspiração
Apuro sentidos desconhecidos nas janelas do mundo…
Abro longas cortinas entreabertas da imaginação
E sonho despertar, num sono em que não durmo

Procuro nos búzios perdidos á beira-mar
Ouvir vozes batendo como ondas em céu azul…
Apanho conchas que reflectem o descanso do luar
Lábios que beijam a noite no silêncio dos ventos sul

Por entre as gigantescas ondas da descrença
Perco a sentida melodia da voz do vento…
Subo escarpas sem escadas de luz de presença
Entorpeço, caindo num desconhecido momento

Atravesso a ponte do planar das gaivotas
Cavando inspirações em praias de areias finas…
Lanço na margem do pensar, anzóis em reviravoltas
Amanhados iscos, flutuando nos engodos das rimas

Hoje os pássaros não mais cantam o meu idioma
Nos jardins em que as rosas sempre me sorriam…
As pétalas voam pelo deserto descalço, sem o aroma
Dos horizontes perfumados que outrora me seguiam

Teimoso! Contínuo subindo ao alto de mim
Tentando agarrar palavras que correm em contra-mão…
Carrego a meus braços, o caixão em que morri
E enterro sem a dor de luto… a falta de inspiração!
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-Manzas-

quinta-feira, 5 de março de 2009

Os poetas não morrem!


Sublimes versos escapam das almas dos poetas
Viajando até ao fundo dos céus como balões …
Suspensos ficam no tecto brilhando poesias inquietas
Reflectindo olhos orvalhados em prados de emoções

Na curvatura do tempo, estrelas são colhidas
Do pomar da imaginação expostas em montras…
Pulsa nas veias o destilado veneno às escondidas
Vício de uma feroz fé, rotuladas pessoas tontas

Abrem-se pares de valas nas lendas do destino
Mil léguas de escrita, rabiscos de palavras sãs…
São como pequenos dias em noites de desalinho
Enchendo-nos de sonhos despertados pelas manhãs

Memorias douradas em parapeitos de alegrias
Diluem-se como aguarelas, na orbita das luas…
Entre o Norte e o Sul atingem as suas fantasias
Desde o Oeste para Este voar com simples asas nuas

Passeiam livres nos pendores errados do rio
E golpeiam os corações em ritmo descompassado…
Com punhais enterram pequenas feridas a frio
Sonhos fagueiros de amores perdidos do passado

Moldam-se como o barro em poemas de fulgor
E atracam seus barcos nas caudas das baleias…
Destroçam-se boiando pelas solidões do amor
Deixam-se levar pelas correntes das marés cheias

Caminham ao som do acordar dos pássaros
E abanam árvores para que caiam ninhos de prazer…
Escrevem á luz das estrelas nas pontas dos penhascos
Pisando escorpiões em desertos do enlouquecer

As gotas da saudade batem com as mãos na vidraça
Das janelas iluminadas dos pensamentos…
Implorando a se abrigarem nas muralhas da graça
Aninham-se nas frechas desnudadas dos sentimentos

Que se despejem os oceanos e se varram as florestas
E que se apague o sol sem a lua nascer com o seu luar…
Porque os poetas não morrem! Vivem nas frases certas
E simplesmente adormecem no seu pensar…
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Dedicado a todos
Os poetas e poetisas
Deste mundo,
Os que já adormeceram,
E aos outros
Que ainda nem sono têm...
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Bem hajam!
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-MANZAS-

terça-feira, 3 de março de 2009

O que sinto!


No teu meigo olhar profundo brilho dos céus
Moram estrelas luzentes raiando ternura…
Dourados como um sol que trespassam os véus
Das nuvens acumuladas em pura doçura

Teu olhar chove gotas de paixão no meu solo
Apagando fogachos de desejos, ardentes de ti…
Parecem ser choros de crianças que a meu colo
Te acolheria suavemente, como flor de jardim

Olho-te com olhos de seta apontados ao teu caminho
Esperando livre e certo de palavras por dizer…
Palavras que entram em metamorfose pelo carinho
De que um dia o teu magico olhar quererá ver

O brilho do teu sorriso ilumina a minha rota
Margeada de lábios secos, sede dos teus…
Sem bússola sobrevoarei os mares como uma gaivota
E encobrirei os teus lábios com a sombra dos meus

O teu Sorriso é fonte trasbordante de esplendor,
Princesa que exalta encantos, alma graciosa…
Coração do tamanho de um mundo puro de amor
Pulsa raiando luz doce de uma beleza harmoniosa

O teu olhar, sorriso e o teu ser, inebriam o meu coração,
Espelho cristalino reflectindo encantos no meu intimo…
Por amar-te tanto, perco-me na verdadeira razão
E desisto de encontrar palavras que exprimam… o que sinto!
.
-Manzas-

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Talvez um dia… quem sabe!


Ah! Se eu soubesse o que sentes por mim…
Talvez um dia… quem sabe!
O mar levantaria vagas em cetim
Abrir-se-iam caixas de segredos sem chave

No teu chão plantaria as minhas raízes
E delas brotariam flores com sorrisos teus…
No dorso de um lago deslizariam os cisnes
Graciosos teus olhos mel adoçariam os meus

Pintaria em tons de plumas de pavão
Silhuetas tuas, salpicadas a sabor alperce…
Em outros horizontes galoparia pela monção
Abafando o fogo que arde, coração que enlouquece

Subiria ao cume de um vulcão em chamas
Pelos trilhos das tuas veias, lava incandescente…
Amar-te-ia na cama das nuvens passageiras que amas
E cairiam gotas de prazer, chuva dissolvente

Na tua ribeira lisonjeira saciaria a minha sede
Que seca minha boca savana, gretada paixão…
Te beijaria como um beija-flor pelo prado verde
E alto bradaria aos céus como um trovão

Em Lençóis de algodão doce saboreava-te até ao fim
E o Mundo despertaria tardiamente tarde…
Ah! Se tu soubesses o que sinto por ti…
Talvez um dia… quem sabe!
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-MANZAS-