Esta paixão que de repente me surgiu
Sem saber bem como, ou porquê…
Corre-me no sentimento, como as águas de um rio
Pelas veias a frio, correntes de mar que não se vê.
Esta paixão é como barco á deriva
É passagem sem entrada, estrada sem saída
O cume da mais alta montanha por escalar…
Esta paixão é como cavalo á solta
É filho que parte e não volta
É criança que dá cambalhota
Um sorrir perfeito, no peito, um coração a sangrar!
É canção que me traz perfume
É num olhar, ver um mesmo querer
É sem ter, sentir ciúme
É viver imortal e por paixão morrer!
Porquê tanto querer se não se diz?
Porquê tanto desejo envergonhado?
Se o lamento do nunca fiz,
É sempre o mais desejado?
É nesta paixão que me faz de perto ser ausente
Quando te olho severo e de frente,
Fingindo ser o que somos…
Mas com igual paixão me olhas fria
Com essa distancia que me alivia
Sonhando assim, nem que por um só dia
Vivermos o que nunca fomos!
- Moisés Correia -