terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O último adeus


A noticia se alastrou, de certo modo se esperava,
um ultimo adeus se previa e já bastante sofria
de doença prolongada.
A família se juntou num pranto de tristeza,
lamentando a sua despedida, tendo em conta a plena certeza,
de ter cessado num ultimo suspiro de leveza,
o padecimento e a angústia que se via num triste olhar…
esperando um dia tudo isto findar.
A noite gelava os pensamentos e os indefesos corações,
que se deixavam ir pelas emoções,
relembrando as melhores recordações,
choradas e contadas com as mais diversas expressões.
O cheiro e arranjos de lindas flores que se difundia na mente,
contrastava com o sentimento interiorizado de cada um ali presente.
Era o constante admirar e com as mãos cheias de ternura,
Que se ia passando na alma ali deitada,
que em paz agora descansava,
deixando uma imensa saudade, de ser na verdade…
Pessoa cheia de bondade e de uma esgotável doçura.
As palavras eram escolhidas e cuidadosamente proferidas,
pelo sacerdote, que num modo brando,
pronunciava as palavras de deus,
Para dizer um último adeus da viagem feita para os céus…
O tempo… esse não parava e a derradeira hora chegava,
o frio e a chuva caiam, o vento soprava e levantava,
folhas secas em forma de remoinho,
conduzido a um inserto destino,
que por aquela alma esperava.
A última viagem foi consumada, conduzida de forma perfeita
até ao seu termino local de morada,
pela sua família e amigos ia sendo acompanhada,
numa ultima homenagem a ser feita.
Chegado o derradeiro momento, o tempo de súbito pareceu parar…
O vento não mais se fez sentir, a chuva parou de cair
e o frio não mais se sentiu no meio de um enorme pesar.
O olhos encharcados junto do sol brilharam,
seus raios por entre as nuvens passavam
e os pássaros nas arvores cantaram…
sim cantaram numa sintonia e harmonia fazendo o arco-íris surgir
querendo também ele ouvir e assistir neste ultimo adeus,
sorrindo e esperando de braços estendidos,
para acolher e hospedar esta alma junto de Deus.
O vazio se mostrou em forma de arrepio,
quando o som divino mudou e a enxada na terra penetrou.
Mudava de novo o cenário, o mais triste e difícil de se ver,
quando os obreiros chamados de coveiros seu corpo fizeram descer.
Num baixar de cabeças e abraços de compaixões,
soltaram-se os prantos que teimavam em sair,
agarrados em seus corações,
dos que mais chegados eram,
pedindo a Deus a divina força para este triste e difícil adeus.


Para todos os que por sua vez se foram deste mundo,
deixando a eterna saudade,
de todos os que com eles conviveram e aprenderam,
Brincaram e amaram, nesta ultima homenagem
Feita por este ultimo adeus.
-Manzas-

1 comentário:

  1. O último "adeus" que dei a alguém, foi a uma das pessoas responsaveis por quem eu hoje sou. E que saudades tenho...

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