
Pai… tu que tens teu destino igual ao meu
Recordo-me de tudo e a cada momento…
Acompanhando a meio jeito, cada passo teu
Esse teu caminhar, com olhos fitos no firmamento!
O viver, sem demasiada ambição e maldade
Nesta existência humana, que parece adormecida…
Encaminhas-me a cada instante para a estrada da verdade
Ensinas-me a ser igual… a quem nos deu a vida!
Esse teu brio que descende desse teu passado humano
Me faz ter e ver, a mesma força e formação moral…
Deste meu e nosso destino, que tão bom me ufano
E que me faz ser hoje, um pai tão semelhante e igual!
Outrora em outros tempos, estive tão afastado e distante
Mas afinal, sempre estive aqui, tão longe e tão perto…
Que me fez ver que nesta vida, de um viver errante
Que nem tudo é errado… e nem tudo está certo!
Pensei que fosse mais fácil escrever-te um poema
Mas vejo que é tão difícil, igual a vida que desfrutaste…
Igual aos pés, que descalços caminharam num dilema
Correndo campos de histórias que hoje me contastes!
Hoje, vejo esses passos feridos pelos espinhos que não se vê
Hoje sinto essas mãos calejadas por tanto proteger…
Que falam numa linguagem, que nem toda a gente crê
Mas que brilham, num coração que sabe o que é sofrer!
Hoje sei pai, que ser pai… é não esperar recompensas!
Mas ficar feliz, caso elas cheguem em tempo atroz…
É na incompreensão, tolerar falhas e desavenças
Aprendendo errando, na hora de falar ou de calar a voz!
É o ter coragem de seguir em frente para a vida ou morte
É saber e calar, fazer e guardar, dizer e insistir…
Viver grandezas e fraquezas de um filho, fazendo-se de forte
É ser bom sem ser fraco… e chorar sem a lágrima cair!
Ser um bom pai… é o que foste, és e serás para sempre
Um pai presente, constante… o melhor amigo!
E só peço ao pai de toda a gente, que nos céus nos vê omnipotente
Que permaneças entre nós, nesse amor que aprendi contigo!
Que permaneças em ser quem és… meu pai!
Com um abraço deste teu filho que te ama,
Do tamanho do teu ser…
-Moisés Correia-